Lendo “Conversando com Carlos Castaneda”, antropólogo que publicou uma série de livros narrando sua formação em xamanismo por Don Juan Matus, o xamã Yaqui com quem Castaneda teve uma aprendizagem de dez anos a partir de 1960, descobri que ele não só era amigo de Federico Fellini como o cineasta declarou, em 1985, o desejo de fazer um filme baseado na saga de Don Juan. Castaneda ficou de ir ao México acompanhá-lo, mas infelizmente mudou de ideia. Fellini foi ao México com sua equipe e, dessa experiência, surgiu a ideia do roteiro para uma história em quadrinhos que me deixou em êxtase ao fazer um combo de três das minhas pessoas preferidas: com ilustrações de ninguém menos que Milo Manara, roteiro de Fellini e participação do cineasta Alejandro Jodorowsky (como personagem), Viagem a Tulum cria um ambiente onírico, surreal e deliciosamente fascinante.
“Tínhamos um acordo implícito: ele era o cineasta, e eu era seu “câmera”, diz Manara que não foi à cidade, mas contou com a incível memória fotográfica de Fellini e suas descrições detalhadas. lguns momentos da feitura dessa autêntica novela gráfica. O resultado final é admirável: em clima felliniano (e com sacanagens manarianas), entre a magia e o deslumbramento gráfico-sequencial, os dois personagens principais (um senhor e uma jovem) visitam uma lendária Cinecittá, à procura do próprio Fellini, e nela encontram algumas figuras de suas obras, vivenciadas por Giulitetta Masina, Anita Ekberg, além de Marcello Mastroianni.
E parece que essa aventura do cineasta vai ser realmente levada ao cinema em duas ficções: “Soñado Tulum”, em processo de pós produção e que foi dirigido pela mexicana Tiahoga Ruge e “Viaje a Tulum”, que está sendo filmado desde 2011 e é dirigido por Marco Bartoccioni.
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